Piauienses relatam momentos de medo após atentados terroristas em Paris

piauiensePARIS

A vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí, Eduarda Miranda  relatou ao G1 o desespero da filha Carolina Miranda, de 24 anos (Foto), que testemunhou pela segunda vez um atentado terrorista em Paris, na França.

Na tragédia dessa sexta-feira (14), a jovem estava em um bar com os amigos na mesma rua onde fica a casa de shows Bataclan, onde mais de 100 pessoas ficaram reféns e dezenas foram mortas. O pior ataque da história francesa deixou 128 mortos e 250 feridos.

“Soube do atentado pela televisão e foi desesperador, porque sabia que minha filha estava na mesma região. Até então só se dizia que era em uma casa noturna no distrito 11 e não no Bataclan. Na mesma hora liguei para o celular dela, mas estava desligado. Só por volta de 1h daqui e às 5h de lá é que ela conseguiu carregar um pouco aparelho e ligou para casa”, contou.

Segundo a mãe de Carolina Miranda, a jovem estava bastante nervosa e preocupada com um casal de amigos franceses que estava no Bataclan. Por orientação da polícia e exército francês, ela chegou a ficar presa por mais de quatro horas no sétimo andar do bar, local de onde viu toda a movimentação.

“Ela ligou outra vez chorando porque tinha recebido a confirmação que um amigo era uma das vítimas no Bataclan. Do bar onde estava, minha filha viu muita polícia e ambulância passando. Nós ficamos daqui monitorando até ela ser liberada. Hoje pela manhã ela mandou mensagem que estava mais calma e em contato com a noiva do rapaz morto”, revelou Eduarda Miranda.

Carolina é publicitária e mora há mais de um ano em Paris. Em janeiro deste ano, a brasileira presenciou o atentado ao jornal satírico francês Charlie Hebdo, quando 12 pessoas morreram e 11 ficaram feridas. Ela morava próximo ao prédio e após o ocorrido mudou-se para o distrito 6.

O brasileiro Fábio Miranda é de Joaquim Pires,cidade ao Norte do Piauí, e mora há nove anos em Paris, um quarteirão atrás da casa de shows Bataclan.

“Estava de saída quando minha madrinha recebeu uma mensagem falando do primeiro atentado, em seguida, outros recados foram chegando no celular. Não fiquei preocupado até ligar a televisão e ficar chocado ao saber que era próximo de onde moro. Antes disso, estranhei o barulho de várias sirenes e mesmo após os avisos fui ainda na rua para observar o que estava acontecendo. Estava tudo deserto, as poucas pessoas passavam correndo assustadas”, contou.

Fábio Miranda revelou que ainda na tarde de sexta-feira (13), três estações chegaram a ser fechadas por suspeita de uma bomba no trem.

“O clima aqui é tenso, nem parece que hoje é dia normal em Paris. Minha mulher foi trabalhar e não viu quase ninguém nas ruas. Na frente do Bataclan as pessoas depositam flores e mensagens. Lá (Bataclan) você ainda encontra as roupas das vítimas na calçada e muito sangue no chão”, lamentou.

Atentados
O grupo radical Estado Islâmico reivindicou neste sábado (14) a responsabilidade por ataques que mataram mais de 120 pessoas em Paris. É o pior ataque à França na história recente.

Explosões perto do Stade de France na noite desta sexta, durante um jogo entre as seleções da França e Alemanha, e três tiroteios espalhados pela capital francesa deixaram ao menos 120 mortos e dezenas de feridos, segundo a polícia parisience.

O Itamaraty divulgou nota na qual informa que o governo brasileiro manifesta “sua profunda consternação pela série de bárbaros atentados” ocorridos na noite desta sexta.

“Ao mesmo tempo em que transmite suas condolências aos familiares das vítimas e empenha sua plena solidariedade ao povo francês e ao Governo da França, o Brasil condena os ataques nos mais fortestermos e reitera seu firme repúdio a qualquer forma de terrorismo, qualquer que seja sua motivação”, diz o texto da nota.

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