Presos voltam a se rebelar em presídios do estado; polícia confirma 10 feridos
Dois dias após a rebelião que teve a participação de mais de 800 presos na Casa de Custódia de Teresina, os detentos voltaram a se exaltar no maior presídio do estado no início da manhã desta quarta-feira (16). De forma simultânea, os presos da Penitenciária Mista Juiz Fontes Ibiapina, em Parnaíba, também fazem uma rebelião. Na noite de terça-feira (15) eles chegaram a atear fogo em algumas celas.
Segundo a Polícia Militar de Parnaíba, pelo menos três feridos foram encaminhados para o Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda). Já em Teresina, sete detentos da Casa de Custódia ficaram feridos durante o confronto com a Tropa de Choque.
Familiares dos presos se aglomeraram em frente à Casa de Custódia e, a exemplo da segunda-feira (14), voltaram a bloquear o trânsito na BR-316. Um ônibus foi parado e os passageiros obrigados a descer. Após isso, alguns manifestantes apedrejaram o veículo e a situação só foi contornada com a chegada dos policiais.
Os conflitos nesses presídios acontecem na mesma semana em que os agentes penitenciários decidiram entrar em greve. De acordo com Kleiton Holanda, diretor do sindicato que representa a categoria, relatou que na por volta das 20h da terça-feira houve um motim no
pavilhão B, que tem 212 presos, com o intuito de chamar a atenção dos policiais e assim facilitar a fuga dos presos do pavilhão C.
A Coronel Júlia Beatriz, do Gerenciamento de Crise da Polícia Militar, chegou à Casa de Custódia e antes de entrar no presídio falou com a imprensa. “Vamos ver como está a situação. O diálogo ele pode existir, mas depende de como os ânimos estão lá dentro. Temos que averiguar, se houver a possibilidade de diálogo, vamos dialogar, do contrário, partiremos para outra alternativa”, disse.
Do lado de fora, gritos e lágrimas de familiares apreensivos por notícias.
Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foram enviadas ao local, além de viaturas do Corpo de Bombeiros. A todo momento era possível ouvir disparos vindos de dentro do presídio e segundo Kleiton Holanda, a situação nos pavilhões estava bastante tensa e os presos reclamam principalmente da superlotação. A Casa de Custódia tem capacidade para apenas 330 presos, mas atualmente mantém encarcerados mais de 850 homens.
Litoral
Simultaneamente, em Parnaíba os mais de 450 detentos também se rebeleram na noite de terça-feira, atearam fogo em colchões, quebraram cadeados, paredes e grades. O Corpo de Bombeiros foi acionado e somente na manhã desta quarta-feira, 12h após o incêndio, as chamas foram totalmente extintas.
De acordo com o major Rivelino de Moura, quase 100% do presídio foi atingido pelas chamas, mas não houve comprometimento total da estrutura. G1-PI