Quem é Eunício Oliveira, o novo presidente do Senado
Com a aprovação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), Eunício Oliveira (PMDB-CE) foi o nome escolhido pela legenda peemedebista para assumir o comando do Senado. Mesmo sem ter apoio unânime dentro do partido – Roberto Requião (PMDB-RS) resistiu à indicação do correligionário-, Eunício venceu com tranquilidade a disputa pela presidência da Casa nesta quarta-feira. O peemedebista teve o apoio de 61 dos 81 senadores votantes– José Medeiros (PSD-MT) levou 10 votos e outros 10 foram em branco.
Deputado federal entre 1998 e 2010, Eunício está em seu primeiro mandato como senador. Em 2015, o peemedebista já dava sinais de que gostaria de disputar o comando da Casa, mas o PMDB deu preferência para o experiente Renan Calheiros.
Com menos de 10 anos na vida política, Eunício Oliveira chegou a Esplanada dos Ministérios. Entre janeiro de 2004 a julho de 2005, ele foi ministro das Comunicações no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No Congresso, Eunício se empenhou nas negociações de apoio político do PMDB ao governo petista, o que lhe garantiu um ministério.
Como senador, Eunício ocupou duas funções relevantes: a liderança do PMDB e a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). No ano passado, foi relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabeleceu um teto para os gastos federais nos próximos 20 anos. O projeto era a menina dos olhos do governo Temer em 2016.
O perfil do peemedebista lhe garantiu apoio até mesmo de partidos da oposição na disputa pelo comando do Senado.
Lava Jato
Mesmo sem responder a processos no Supremo Tribunal Federal (STF) e sem ser alvo de inquéritos em andamento na Corte, Eunício já foi citado por dois delatores da Operação Lava Jato. Em 2016, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho afirmou que pagou R$ 2,1 milhões em propina ao parlamentar. Segundo o delator, o peemedebista teria atuado em defesa dos interesses da empreiteira na votação de projetos de lei no Senado. O senador diz que “todos os recursos arrecadados em suas campanhas foram recebidos de acordo com a lei e aprovados pela Justiça Eleitoral”.
Também no ano passado, o ex-diretor de Relações Institucionais da Hypermarcas Nelson Melo declarou que repassou R$ 5 milhões para a campanha de Eunício ao governo do Ceará por meio de contratos fictícios. A defesa do peemedebista nega as acusações. O ex-senador Delcídio do Amaral o citou os termos da delação premiada na Operação Lava Jato homologada em 15 de março de 2016 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Delcídio o acusa de corrupção. Eunício negou a acusação.
Fonte: exame.com